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Ele olhava o mar.
Uma por uma as lembranças de tudo que o havia levado para lá foram chegando e se sentando ao seu lado. As pequenas ondas quebrando na areia. Ele sempre teve medo de Deus pedir à seu pai para lhe sacrificar. Mas seu pai sempre disse que se isso um dia acontecesse, ele iria ter uma briga feia com Deus.
Essa e mais tantas lembranças.
Esse mesmo pai, foi capaz de bater em uma mulher. E na queda, ela conheceu a morte. Não era sua mãe, sua mãe havia morrido quando ele ainda tinha 6 meses. Agora ele tinha 30. Mas a mulher era mãe, de uma filha de 27 anos que ele jurou que encontraria e cuidaria.
E agora, de frente pro mar, cada pedaço de destino se encontrava. A mãe que nunca conhecera, a filha que nunca encontrara, as tantas mortes, as tantas vidas.
E quem disse que as pegadas ficam para sempre na areia? E quem disse que só as pegadas revelam as escolhas dos caminhos? E quem disse que ele não sabia voar?
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