quinta-feira, abril 16, 2009

A saga de um amor

Antes eu achava que o amor era um guerreiro solitário e poderoso. Desbravador dos mais inóspitos lugares. Hoje eu vejo quão frágil e delicado ele é. Ele precisa de tanto cuidado... Ele é tão inocente... de vez em quando pensa que tudo pode. Doce ilusão de quem aposta tudo, por achar que não tem nada a perder. Por esquecer das outras sutilezas, por esquecer de suas necessidades básicas para viver. Pode ser que o amor nunca morra, eu realmente não sei... Mas quando os medos e inseguranças do outro tomam conta e reinam poderosos e onipotentes, nada mais vive, nada mais brilha, nada mais floresce. E tudo em volta passa a ser sombrio e frio. Vazio. E perdido nessa imensidão de despropósito, o amor fica muito só em sua pequena redoma cor de rosa. Se alimentando das flores que ainda crescem, e sempre crescerão, regadas pelas lembranças e eternas esperanças de tudo ser como antes. Assim vive o amor, à parte de todo o resto. Às vezes sorri, às vezes chora, mas sabe que sua redoma é seu mundo e não tem muito o que fazer, nem pra onde ir. Um dia ele fará seu próprio casulo, se esquecerá do mundo e por ele será esquecido. E num dia ensolarado de primavera ele sairá voando estonteante por aí. Terá se transformado tanto, em um sentimento tão grandioso e completo em si mesmo, que nada será capaz de destruir nada ao seu redor. Sua luz fará tudo renascer. E esse amor que antes pertencia e era pertencido, será dono de seu próprio nariz. E independerá de um e de outro para viver. Enfim será livre.

quarta-feira, abril 08, 2009

Saudade boa de viver

De dentro da cartola
Lá onde fica a caixinha de lembranças
Bem no fundo da memória.

Lá do outro lado
Onde o vento faz a curva
E o céu encontra o mar

Onde pensamentos se perdem
E me levam junto
Me levam além

Me levam a reviver tudo que fui
Cada momento
Cada risada
Cada perdão

E com o peito cheio de saudade
Daquela boa de se reviver sempre
Uma lágrima brota de meu olho
E eu agradeço aos céus.

quarta-feira, abril 01, 2009

Poesia retirada do baú

Na taca de vinho, no banho de mar... Ca estou eu... Me perdendo pra me achar. No bole-bole, no mexe-mexe, no come-come, no dorme-dorme... tudo que faz de mim um pouco mais essência, me tira da rota por alguns momentos e depois, como sempre, lá estou eu de novo na direção certa. Tudo que desponta e aponta pro mar... Tudo que venta e arrepia a nuca... Tudo que queima a pele e doura os sonhos...

O mundo parece tão pequeno pros meus sonhos que acho que terei que reinventá-lo. Um pouco mais de areia aqui, umas montanhas acolá, uns coqueiros e bananeiras ali adiante... Oh que belezura... O sol e lua dançando paralelos por 12 horas ininterruptas de amor.

Mas que ao som do silêncio da noite, ao embalo morno do vinho gelado, à destreza quase perdida dos dedos sobre as letras, cá estou eu. E estou em todo lugar. Cada fração de segundo é tempo sufuciente pra eu ir e vir, dar cambalhotas e sair gargalhando por ai...

Se de mim sobrar sombra pra contar a história, com certeza ela se encaixara no: "Era uma vez... e viveu feliz para sempre"