segunda-feira, agosto 13, 2007

Eu sempre quis ser assim: Palavras...


Eu sempre quis ser assim: palavras. Palavras doces e macias. De construção. “Palavras são prata, silêncio eh ouro”. Deixo o ouro para os tolos, que eu de tola já sou demais. Para que ouro? Uma cabana a beira-mar... amar... E so isso... apenas isso... Me alimentar do por-do-sol, me cobrir com o céu de estrelas. Sou tão simples e tão complexa que me perco em mim mesma e de mim mesma algumas vezes. Não espero pelo entendimento alheio. Sentada já senti minha bunda adormecer. Agora caminho. Palavras... Intensas. Já cuspi mais fogo que dragão e com um simples abraço virei manteiga derretida. Tolos os que ainda não sabem lidar comigo. Não me vendo por dinheiro nenhum nesse mundo. Um simples sorvete me compra fácil, fácil. Eh tudo uma questão de significados e significâncias. Nunca serei o absoluto. Vacilo entre as relatividades de mim mesma. Tantas verdades. Ate as menos verdadeiras... mas nunca mentiras. Roubar, trair, matar, humilhar... Não! Essa não sou eu. Essas palavras não fazem parte de meu corpo-palavra. Sou justiça passional. Uma completa inteligencia irracional. Quem me entende são os que me sentem. So assim para mergulhar nesse lago de águas cristalinas. Na verdade mar. Que se renova a cada ciclo da lua. No meu caso, as pílulas fazem esse controle (descontrole) hormonal. Nunca pensei que fosse ter TPM, mas adivinhe? Pois eh. Meus olhos viram mangueiras de emoção. Patético. Esteticamente hilário. Outro dia quando me dei conta estava chorando convulsivamente. Algo insignificante detonou uma dinamite de emoções. Caí na gargalhada qd peguei a cartela de anticoncepcionais. Eu realmente estava “naqueles” dias. Os homens nunca vão entender o que isso significa. Hormônio eh arma perigosa. Mata mais que arma de fogo. Sempre soube que a gravidade um dia me faria voar. Tantas leis que nos cercam que a mais importante fica de lado: a lei da Natureza. Essa nunca falha. Eh justa e coerente. Implacável e cruel, por vezes. Mas sempre gira em torno de um bem maior. Do funcionamento universal do todo. Eh ai que nos perdemos. Quando o “bem estar” eh associado ao bem estar individual. Tsc, tsc, tsc... Tolinhos os que acham que o mundo ainda eh quadrado e que o horizonte se despenca numa imensa cachoeira. Sigo os passos da dança. Aprendi que nadar contra a correnteza eh antecipar a derrota. Temos que achar o “canal”. Eh la, onde a correnteza eh branda, que as mais sutis vozes se fazem ouvir. Porque palavras faladas de coração para coração nunca são mudas. Sempre mexem por dentro, sempre fazem sentido. Acho que se meus pensamentos virassem um livro, teria que ser um livro de criança. Um livro de ninar. Os pequenos tem uma sensibilidade tão grande. Deveríamos todos aprender a encolher em vez de ficar ensinando a eles a crescer e esquecer. Esquecer o que temos quando somos criança... esse não-sei-o-que que faz tanto sentido e eh tão puro e bom. Ah como essa batida de atabaque, esse dedilhar no violão, esse embalançar de rede me fazem bem. Seja samba ou bossa nova... Reggae ou MPB... Musica, ah a musica... Palavras dançando ao som da melodia. Poesia viva, em movimento. Mas... afinal de contas... quem sou eu? Se minhas palavras-prata não conseguem dizer, talvez o meu silêncio-ouro se faça entender.