terça-feira, junho 13, 2006

Respeitável Público


(desenho: Ray Respall Rojas)


Respeitável público, sejam bem-vindos à janela de minha alma. Sejam vocês provindos do setor público ou privado, das multinacionais ou das mini-internacionais, das grandes ou pequenas empresas. Porque no meu mundo, o que se faz é só o que se faz e não o que se é. Venham para ser. Venham para vestir a camisa da verdade e aposentar as máscaras que só nos mascaram e confundem. Afinal, quem somos no fim das contas? O poeta que sorri ao ver uma criança correndo atrás de uma bolha de sabão? Ou o contador de moedas de uma riqueza infinita? Qual das riquezas é a mais rica? Qual delas é a mais duradoura?
Pois que venham todos. De todos os cantos do mundo, de todas as opiniões e medos. Eu NÃO tenho razão! Estou aqui para dividir as perguntas e não para dar respostas. Estou aqui aqui para dividir sons e cheiros e cores. E não para avaliar desejos. Pois que entrem sem máscaras. Tentem apenas dar os passos com as próprias pernas, sem qualquer tipo de bengala. Engatinhem se preferirem. Venham como puderem, como quiserem, quando for possível. Mas venham! Estarei sempre a espera de vocês. Com meu chapelão colorido e meus pés a pisarem o chão. Vivo num mundo onde o ter é verbo existente, mas secundário. Onde o TER não faz nada, apenas acompanha o que lá está. O que lá É. O espetáculo é muito mais que um show de ilusionismo, é uma experienciação dos sentidos (perdoando minhas analogias, que apenas tentam juntar em letras minhas sensações). Apenas se permitam ao novo, sem julgamentos ou pré-definições. Nasçam hoje. Façam do dia de hoje, só por hoje, o primeiro dia de suas vidas. Assim vocês poderão ver, tocar, sentir, cheirar, degustar e ouvir cada pedaço de vida, cada fração imensurável de tempo. Sejam muito bem vindos ao mundo das minhas palavras-sonhos!

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