sexta-feira, dezembro 05, 2008

Tudo o que sou

Tudo o que sou
O que me pertence
Vem como água de cachoeira
Se joga do alto, morro abaixo
Se expande, confunde, mistura
E se perde rio adiante.

Tudo que sou
O que me pertence
Vem, cresce, projeta
Vive infinitos, eternos minutos
Vive tudo, sobe, desce
E se perde no próximo pensamento

Tudo que sou
O que me pertence
Vem de repente
Me toma por inteiro
Reformula todo o pré-existente
E se perde num estalar de dedo

Tudo que sou
O que consigo ser
Sem lá muitas escolhas
É essa eterna inconstância
É esse achar e perder
É esse vendaval alucinante...

Quando o que eu mais queria nessa vida
Era ser oceano de águas mornas e profundas
Banhado por sol de fim de tarde
Num eterno ir e vir suave
De ondas brandas de beira de praia.

Nada além do cheiro do salitre
E das cantigas das águas ao som do vento.


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