sábado, novembro 29, 2008

Útero, purpurina e borboleta

E a despeito de qualquer entendimento
Hoje me pus a escrever.
As palavras-borboletas não queriam parar quietas
E resolveram me pegar pela mão
E me fazer discorrer sobre o que quer que fosse.
Só queriam saber de ziguizaguear
Pra cima e pra baixo
Com rotas indefinidas.
E tudo o que veio a mente
Se perdeu numa gigante explosão branca
Só restou chuva de purpurina
Daquelas tão finas e singelas
Que grudam e nos fazem brilhar por muito e muito tempo.
Pois hoje foi assim que eu acordei
Purpurina por toda a alma
Borboletas nas mãos
E uma única lágrima brotando de meus olhos.
Ainda não sei bem
O que provocou tanto rebuliço por dentro
Mas às vezes me sinto tão mais em casa fora de casa...
Como bebê que precisa nascer
E o conforto do útero parece ser o principal obstáculo.
É estranho sentir a própria alma fora do lugar...
A despeito desse rastro de purpurina
E dessas acrobacias de borboleta.

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