sexta-feira, novembro 28, 2008

Paris e eu

Paris me olhou de cara feia quando eu cheguei
Ou fui eu quem a olhei assim, não sei.
Com seu céu cinza
Seu tempo frio
Suas pessoas correndo
Seu cheiro de cigarro
Sua fumaça
Seus barulhos e seus prédios.
Ficamos a nos estranhar por uns dias
Meio que sem sermos bem vindas uma na vida da outra.
Mas aos poucos seu concreto foi ganhando verde
Seus passeios, parques e jardins.
As pessoas, ares interessantes.
E a cada esquina
A cada nota de acordeon
A cada pedalar da bicicleta
A cada corrida até o último degrau
A cada tropeço desacelerado nas esteiras rolantes
Paris sorria de canto de boca pra mim.
Ela sabia que o dia viria.
E o dia veio.
E veio azul.
E veio brilhando à luz do sol.
E toda a cidade se iluminou.
Mais cores, mais cheiros, mais sabores.
Nas praças, pintores e artistas
Nas escadarias, risadas e descobertas
Nas grades, gravuras de paisagens geladas
Nas madrugadas, intermináveis caminhadas
No topo da igreja, sombras, pombas e surpresas.
A cidade da luz e do amor
Numa estrondosa gargalhada se revelou.
E eu boquiaberta
Com um simples gesto com a cabeça
Agradeci.
Merci.




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