E a despeito de qualquer entendimento
Hoje me pus a escrever.
As palavras-borboletas não queriam parar quietas
E resolveram me pegar pela mão
E me fazer discorrer sobre o que quer que fosse.
Só queriam saber de ziguizaguear
Pra cima e pra baixo
Com rotas indefinidas.
E tudo o que veio a mente
Se perdeu numa gigante explosão branca
Só restou chuva de purpurina
Daquelas tão finas e singelas
Que grudam e nos fazem brilhar por muito e muito tempo.
Pois hoje foi assim que eu acordei
Purpurina por toda a alma
Borboletas nas mãos
E uma única lágrima brotando de meus olhos.
Ainda não sei bem
O que provocou tanto rebuliço por dentro
Mas às vezes me sinto tão mais em casa fora de casa...
Como bebê que precisa nascer
E o conforto do útero parece ser o principal obstáculo.
É estranho sentir a própria alma fora do lugar...
A despeito desse rastro de purpurina
E dessas acrobacias de borboleta.
sábado, novembro 29, 2008
sexta-feira, novembro 28, 2008
Paris e eu
Paris me olhou de cara feia quando eu cheguei
Ou fui eu quem a olhei assim, não sei.
Com seu céu cinza
Seu tempo frio
Suas pessoas correndo
Seu cheiro de cigarro
Sua fumaça
Seus barulhos e seus prédios.
Ficamos a nos estranhar por uns dias
Meio que sem sermos bem vindas uma na vida da outra.
Mas aos poucos seu concreto foi ganhando verde
Seus passeios, parques e jardins.
As pessoas, ares interessantes.
E a cada esquina
A cada nota de acordeon
A cada pedalar da bicicleta
A cada corrida até o último degrau
A cada tropeço desacelerado nas esteiras rolantes
Paris sorria de canto de boca pra mim.
Ela sabia que o dia viria.
E o dia veio.
E veio azul.
E veio brilhando à luz do sol.
E toda a cidade se iluminou.
Mais cores, mais cheiros, mais sabores.
Nas praças, pintores e artistas
Nas escadarias, risadas e descobertas
Nas grades, gravuras de paisagens geladas
Nas madrugadas, intermináveis caminhadas
No topo da igreja, sombras, pombas e surpresas.
A cidade da luz e do amor
Numa estrondosa gargalhada se revelou.
E eu boquiaberta
Com um simples gesto com a cabeça
Agradeci.
Merci.
Ou fui eu quem a olhei assim, não sei.
Com seu céu cinza
Seu tempo frio
Suas pessoas correndo
Seu cheiro de cigarro
Sua fumaça
Seus barulhos e seus prédios.
Ficamos a nos estranhar por uns dias
Meio que sem sermos bem vindas uma na vida da outra.
Mas aos poucos seu concreto foi ganhando verde
Seus passeios, parques e jardins.
As pessoas, ares interessantes.
E a cada esquina
A cada nota de acordeon
A cada pedalar da bicicleta
A cada corrida até o último degrau
A cada tropeço desacelerado nas esteiras rolantes
Paris sorria de canto de boca pra mim.
Ela sabia que o dia viria.
E o dia veio.
E veio azul.
E veio brilhando à luz do sol.
E toda a cidade se iluminou.
Mais cores, mais cheiros, mais sabores.
Nas praças, pintores e artistas
Nas escadarias, risadas e descobertas
Nas grades, gravuras de paisagens geladas
Nas madrugadas, intermináveis caminhadas
No topo da igreja, sombras, pombas e surpresas.
A cidade da luz e do amor
Numa estrondosa gargalhada se revelou.
E eu boquiaberta
Com um simples gesto com a cabeça
Agradeci.
Merci.
sábado, novembro 08, 2008
De repente
No meio da madruga,
assim bem de repente,
(Como quase tudo que acontece em minha vida)
Me deparei com a inusitada realidade
Do "sim! tudo é possível"
Sem palavras
Sem fôlego
Sem conseguir sequer me pronunciar
Sobre tanta coisa que passa dentro
E reflete fora.
Se o Universo me entende
Ou se eu O entendo
É de pouca relevância
Quando tudo se encaixa tão perfeitamente
E deliciosamente
Eu me perco e me acho
Dia-após-dia
assim bem de repente,
(Como quase tudo que acontece em minha vida)
Me deparei com a inusitada realidade
Do "sim! tudo é possível"
Sem palavras
Sem fôlego
Sem conseguir sequer me pronunciar
Sobre tanta coisa que passa dentro
E reflete fora.
Se o Universo me entende
Ou se eu O entendo
É de pouca relevância
Quando tudo se encaixa tão perfeitamente
E deliciosamente
Eu me perco e me acho
Dia-após-dia
quinta-feira, novembro 06, 2008
Mal sabia eu
Na calada da noite
Pé ante pé
Fui até a geladeira
Sem fome nem nada.
No fundo, no fundo
Eu queria era alimentar minh'alma.
Ela estava faminta de saudade
E alma assim
Só presta pra ficar suspirando de tempos em tempos
Procura vã
No vão da noite.
Mal sabia eu
Que essa lacuna no tempo e no espaço
Ia me pegar de jeito vez ou outra
Ia me sacudir pelos ombros
E me fazer chorar baixinho
Mal sabia eu
Que saudade tem vida própria
E alma tem fome
Mal sabia eu
Que 10.000 km
Pode ser nada ou o infinito.
E tudo isso depende de como o dia amanhece lá fora.
Mal sabia eu
Que pra te encontrar
Era preciso fechar meus olhos.
E eu teimando em procurar de olhos abertos...
Pé ante pé
Fui até a geladeira
Sem fome nem nada.
No fundo, no fundo
Eu queria era alimentar minh'alma.
Ela estava faminta de saudade
E alma assim
Só presta pra ficar suspirando de tempos em tempos
Procura vã
No vão da noite.
Mal sabia eu
Que essa lacuna no tempo e no espaço
Ia me pegar de jeito vez ou outra
Ia me sacudir pelos ombros
E me fazer chorar baixinho
Mal sabia eu
Que saudade tem vida própria
E alma tem fome
Mal sabia eu
Que 10.000 km
Pode ser nada ou o infinito.
E tudo isso depende de como o dia amanhece lá fora.
Mal sabia eu
Que pra te encontrar
Era preciso fechar meus olhos.
E eu teimando em procurar de olhos abertos...
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