sexta-feira, outubro 15, 2010

Viaje, mon petit gamin

Viaje, mon petit gamin,
Viaje, que o mundo é infinito e cabe na palma de nossa mão
Com tantos céus e tantos chãos.
Mas mais interessante do que para onde vamos
é até onde chegamos
dentro de nós mesmos
e de nossa concepção do outro
e do todo.
Como somos ricos da mais pura e poderosa moeda que existe:
O amor!
Uma moeda que não se troca, que se dá.
E quanto mais damos, mais ele cresce
Quanto mais ele cresce, mais ele transborda
E transbordando, alcança o outro sem precisar mais de nós.
A poeira da tua estrada
É a areia invertida da ampulheta do tempo.
E ao contrário do que dizem por aí
O tempo não passa
O tempo se acumula dentro de nós
Em forma de lembranças felizes
E de alguns nós
Que tentamos desatar a cada novo passo.
Não tropesse em seus remorços, meu menino
Cuide deles com carinho
Para que enfim vcs possam se libertar.
Ah se eu pudesse te descrever
Quanta gente ainda vai cruzar seu caminho
E quantas águas ainda vão rolar
(cachoeira abaixo e neblina acima).
Quantos cheiros e gostos ainda irão permear seu corpo
Quantas sensações: do toque ao sopro
Um mergulho morno no mar.
Que cada momento de sua vida
Dure o tempo necessário para que faça parte de você.
Para tudo o que há de vir,
Que a bondade permeie seus julgamentos
E que a sentença final seja a inclusão.
Que seus sentimentos mais puros sejam seu guia
E que a terra te dê força para caminhar com os próprios pés.
Que assim seja.